Uma amiga minha viu-se a braços com uma situação bastante comum. O filho mais velho, na adolescência, um dia, decidiu faltar às aulas.
Então, este filho da minha amiga, chega a casa e diz à mãe qualquer coisa como isto: “Mãe hoje baldei-me às aulas!!!”
A mãe perplexa pergunta-lhe porquê. Obviamente…
E a resposta é surpreendente: “Não me apeteceu!!!”
Qualquer outra das minhas amigas, modernas, está claro, agarraria no prevaricador… sério candidato a delinquente e levá-lo-ía… onde?! Ao psicólogo, é claro!
Mas, esta minha amiga, bastante diferente do comum das minhas amigas, decide tratar pessoalmente do assunto e faz o quê?
No dia seguinte, mesmo à hora do pequeno almoço, quando já estão todos prontos para sair, só falta mesmo o pequeno-almoço, encontram a mãe, ainda de pijama deitada no sofá, a suspirar…
O quê?!?!?! (pensam ainda incrédulos)
– Ó mãe, diz o “prevaricador”, temos de comer, temos de ir para a escola…
– Ah sim?! – responde a mãe, com ar ainda sonolento e bastante ausente.
– Claro. Vá lá, depressa!!!
– Não me apetece. Responde a mãe sem se mexer do sofá.
– ?!?!?!?.
Os filhos estão estupefactos e sem perceber nada… saem de casa sem tomar o pequeno-almoço tão ansiado e vão para a escola.
Chega o fim do dia, e já de volta a casa, encontram a mãe, exactamente na mesma posição, ainda em pijama.
– Mãe…, dizem com algum receio. Está tudo bem?!
– Sim. E sem se mexer, a mãe, continua deitada no sofá a suspirar.
– Mas a mãe ’teve aí o dia todo?!
– Sim. Respondeu serenamente.
– E o não foi trabalhar?!
– Não.
– Não?!?!?!? Porquê?!?!
– Porque não me apeteceu…
Esta história, tem muito mais desenvolvimento do que aqui descrevo, no entanto, pedagogos e pedagogias, temos de aplicar de acordo com a educação e responsabilidade que queremos dar aos nossos filhos. Padrões, parâmetros e receitas, não há. O que há é bom senso que, na educação é a melhor receita. Senão, estamos só diante de charlatães a impingir-nos banha da cobra como uma grande receita e uma orientação, normalmente bastante complexa, demorada e cara…
Qualquer pai sabe que, os filhos aprendem e percebem melhor o que veem, do que grandes explicações, com causas e consequências, completamente fora da realidade e sem atender à pessoa que têm diante.
Obrigada querida amiga. Esta sim foi uma grande lição.